Quando Alec Issigonis desenvolveu um novo carro para a British Motor Corporation, suas prioridades eram espaço e economia de combustível. Lançado em 1959, o Austin MINI clássico conseguiu unir tudo isso. Mas ganharia um lado inesperado em setembro de 1961, quando foi lançado o primeiro MINI Cooper.
O Austin MINI clássico seguia uma proposta racional: a de oferecer o máximo de espaço possível em um compacto com pouco mais de três metros de comprimento. O motor e câmbio transversais interferiam pouco na cabine, enquanto as rodas nas extremidades abriam espaço interno para famílias. Cada cantinho era aproveitado, com enormes porta-objetos nas portas e bancos com vão inferior para se levar pequenos volumes embaixo deles. A racionalidade ganhou uma inesperada dose extra de emoção na hora que o reconhecido engenheiro/preparador/construtor de carros de corrida John Cooper decidiu modificar o carro para transformá-lo em um monstro das pistas.
Cooper tinha o toque de Midas quando o assunto era preparação. A escuderia Cooper dominava a Fórmula 1 naquele período, seguindo a vitória dos campeonatos de 1959 e 1960. Não era apenas o mérito de pilotos como Jack Brabham, Stirling Moss e Bruce McLaren. O próprio projeto dos seus monopostos era revolucionário, uma vez que usavam motor central traseiro, algo exótico em uma categoria dominada por carros de propulsor dianteiro.
Foi com o objetivo de dominar outras categorias que o mestre da engenharia se aliou ao amigo Issigonis para transformar o MINI em um gigante. Ele iniciou os trabalhos com a preparação do motor original de 848 cm³ e 34 cv de potência, que foi ampliado a 997 cm³ e passou a gerar 55 cv. Pode parecer pouco, mas temos que lembrar que o MINI Cooper pesava um pouco mais de 600 kg.
As rodas na extremidade e o pequeno entre-eixos eram aliados na hora de fazer as curvas, comportamento dinâmico que passou a ser associado ao de um kart no limite. Foi aí que nasceu o Go-Kart Feeling. A direção do MINI original já era ágil, mas se tornou ainda mais direta. O uso de homocinéticas ajudou a não perder tração ou ter movimentações indesejadas do volante. A revolucionária suspensão hidro-elástica reduzia a rolagem lateral e entregava precisão e estabilidade acima da média. Na medida para encarar circuitos de rali e competir com modelos bem maiores e mais potentes.
O MINI Cooper fez história não apenas pelas conquistas, mas também pelas vitórias de duas mulheres muito especiais: as britânicas Pat Moss, irmã do lendário Stirling Moss, e Ann Wisdom. As conquistas de 1962 na Copa das Damas, a categoria feminina do Rali de Monte Carlo, e no Rali da Tulipa, na Holanda, foram as primeiras vitórias obtidas por mulheres na categoria. A dupla ainda venceria os Ralis da Alemanha e de Sderström, na Suécia. Curiosamente, Wisdom participou das provas enquanto estava grávida.
John Cooper logo criaria uma versão MINI Cooper S. O motor passou a ter 1.071 cm³ e rendia 70 cv. Foi nessa época em que o predomínio do esportivo começou na série de ralis de Monte Carlo. A dupla Paddy Hopkirk e Henry Liddon ganhou o prêmio do rali em 1964. Foram eles que iniciaram a época dos Três Mosqueteiros, trio de pilotos formado pelo próprio escocês Hopkirk e pelos finlandeses Rauno Aaltonen e Timo Mäkinen.
A vitória clássica de Hopkirk foi comemorada como poucas na Inglaterra. Além de ter recebido um telegrama de parabéns do governo britânico, Hopkirk também foi agraciado com uma mensagem dos Beatles e, posteriormente, uma foto autografada dos quatro membros da banda, que dizia: “Agora você é um de nós, Paddy”.
Foi em 1965 que Timo Mäkinen e Paul Easter (co-piloto) levaram o novo MINI Cooper S 1.3 de 90 cv ao título após um longo e emocionante rali. Habituado a neve, o finlandês Mäkinen foi o único piloto que não recebeu nenhuma penalidade.
Em 1966, Mäkinen, Aaltonen e Hopkirk dominaram o Rali de Monte Carlo de ponta a ponta e ganharam o pódio, porém foram desclassificados por uma suposta irregularidade nos faróis, uma das maiores polêmicas da história dos ralis. A compensação viria no ano seguinte. Aaltonen e Henry Liddon (co-piloto) faturaram o primeiro lugar. Era apenas o início de uma história que vive até hoje no MINI John Cooper Works.
John Cooper Works (JCW)
As versões John Cooper Works (JCW) estão disponíveis em três modelos no Brasil. O tradicional MINI John Cooper Works (hatch de 3 portas) tem preço sugerido de R$ 269.990 conta com motor 2,0L TwinPower turbo de 231 cv, que bastam para levá-lo de zero a 100 km/h em 6,1 segundos. O MINI John Cooper Works Clubman All4 tem preço sugerido de R$ 309.990,00, motor 2,0L TwinPower de 306 cv e faz de zero a 100 km/h em 4,9 segundos. E o MINI John Cooper Works Countryman All4, que é equipado com o mesmo motor 2,0L TwinPower Turbo de 306 cv, tem preço sugerido de R$ 329.990 e consegue fazer a mesma prova em 5,1 segundos. Três esportivos que dariam orgulho ao John Cooper.